Cárie dentária: saliva e outras causas de transmissão

7 minutos para ler

De longe, a cárie dentária é um dos problemas bucais mais comuns em todo o mundo. De acordo com um estudo publicado no Journal of Dental Research, cerca de 2,4 bilhões de pessoas em todo o mundo sofrem com ela. Esse número tão alto mostra que muitas pessoas não sabem exatamente como evitar a doença e nem de que maneira ocorre a transmissão da cárie dentária.

Você também tem dúvidas sobre esse assunto? Então, continue a leitura e saiba mais!

O que é a cárie dentária?

A cárie pode começar como uma simples sensibilidade ao quente ou ao frio e, com o tempo, passar para uma dor mais forte e pronunciada. Tudo isso se inicia com a placa bacteriana que se forma sobre os dentes e que não é retirada corretamente com a escovação. Essa placa pode se formar devido ao acúmulo de restos de alimentos, sobretudo daqueles mais doces.

Sem retirar corretamente essa placa, ela vai se acumulando, e as bactérias passam a fermentar o açúcar e a soltar um ácido capaz de corroer o esmalte do dente afetado. Essa corrosão pode ser bem profunda, afetando até a dentina.

A partir daí, a cárie está instalada! Caso não seja cuidada, ela pode trazer muitos problemas, como infecções nos dentes próximos e, em casos mais graves, resultar na perda de um ou mais dentes.

Quais são as principais causas da transmissão da cárie dentária?

Depois de ler o tópico anterior, você já deve ter notado algumas formas clássicas de transmissão da cárie dentária, não é mesmo? A seguir, veja os mais comuns e aprenda a se prevenir!

Saliva

Você já imaginou que o beijo ou o uso de um talher pode fazer você ter cárie? Em alguns casos, isso pode acontecer principalmente graças à troca de bactérias.

Pode ser que, ao beijar alguém, você passe a receber algumas espécies novas de bactérias, como a Streptococcus mutans, aumentando assim os riscos de você vir a desenvolver a cárie.

O mesmo pode acontecer no caso de pais que têm o hábito de beijar os filhos na boca, fazendo com que essa transmissão de bactérias aconteça logo após o nascimento dos primeiros dentes.

Claro que isso não significa que você deve parar de beijar as pessoas. Mas, como medida preventiva, intensifique a escovação antes dos beijos e após todas as refeições.

Alimentação

Muitas pessoas nem imaginam, mas a alimentação também pode influenciar a presença da cárie. Nesse sentido, consumir alimentos chamados cariogênicos com frequência aumenta, e muito, as chances de desenvolver o problema.

Esses alimentos são aqueles ricos em carboidratos fermentáveis, ou açúcares livres, como pães e massas de farinha branca, bolos, biscoitos, doces em geral, refrigerantes, bebidas açucaradas, mel etc.

Outros itens que podem aumentar os riscos são aqueles com textura mais pegajosa ou aderente, como os doces e as balas cristalizadas que grudam mais nos dentes e podem se tornar difíceis de serem retirados com a escovação.

Má escovação

Independentemente de você trocar bactérias com outras pessoas pela saliva ou de consumir alimentos cariogênicos, o que definirá se você terá ou não cárie é basicamente a forma como a sua higiene bucal é feita.

A placa bacteriana se forma continuamente na nossa boca, por isso é tão importante escovar os dentes sempre após qualquer refeição, retirando esse biofilme e impedindo que ele se transforme em cárie.

Outra medida de extrema importância é o uso do fio dental, garantindo que todas as faces do dente estejam limpas, bem como a junção do dente com a gengiva.

Não escovar os dentes antes de dormir é um dos erros mais fatais para o desenvolvimento de cárie. Afinal, quando dormimos, produzimos menos saliva. Sem ela, as chances de os restos de alimentos ficarem parados sobre os dentes e de termos uma maior produção de placa bacteriana aumentam consideravelmente. O resultado é uma probabilidade muito maior de ter cárie.

Lembre-se ainda que mesmo os bebês podem sofrer com a doença — a chamada “cárie de mamadeira”. Por isso, assim que surgirem os primeiros dentinhos, faça a higienização adequada, usando uma gaze ou uma escova específica para essa idade.

Genética

Essa é uma causa que ainda está sendo estudada. Porém, é sabido que algumas pessoas, mesmo escovando corretamente os dentes, têm mais casos de cárie. Isso pode acontecer devido a problemas genéticos na formação do esmalte dentário.

Algumas mutações genéticas podem fazer com que os dentes tenham defeitos no esmalte, o qual se torna mais sensível à ação das bactérias, fazendo com que as cáries apareçam de modo mais frequente.

Boca seca

Você já viu que a saliva tem um papel importante na transmissão da cárie dentária, tanto ajudando na troca de bactérias, como retirando os restos de alimentos que não foram levados pela escovação.

A nossa saliva tem um pH específico capaz de auxiliar na desmineralização e remineralização do esmalte dentário. Isso significa que a saliva pode reduzir a acidez da boca, contribuindo para a prevenção da cárie.

Pessoas que produzem pouca saliva e sofrem com a xerostomia — uma doença capaz de deixar a boca mais seca — têm maior probabilidade de ter cáries, já que não contam com a proteção natural da saliva.

A boca seca ainda pode desencadear outros problemas como proliferação de microrganismos causadores de mau hálito, de doenças gengivais e de infecções.

Mesmo quem não tem nenhum problema de saúde pode sofrer com uma queda da produção da saliva quando não se hidrata corretamente. Assim, beber água frequentemente é uma forma de evitar a cárie.

Como evitar e tratar a cárie dentária?

A cárie dentária é um problema que pode afetar tanto adultos como crianças e, apesar de todas essas formas de transmissão, a má escovação ainda é o motivo mais comum. Por isso, a fim de evitar esse problema, a principal dica é sempre escovar os dentes após todas as refeições.

Fazer visitas periódicas ao dentista também é importante, assim ele poderá vistoriar toda a sua boca e notar se existem problemas que podem aumentar as chances de você ter cárie ou outro problema bucal, como a presença de muito tártaro.

No consultório, o dentista poderá realizar uma limpeza profilática e fazer a aplicação de flúor, aumentando a prevenção contra as cáries. Para as crianças, também é muito comum o uso do selante, um fino revestimento de resina aplicado sobre a superfície de mastigação dos dentes, em especial nos molares e pré-molares.

Os selantes ajudam a reduzir bastante a incidência de cáries em crianças, já que, muitas vezes, elas ainda estão aprendendo a escovar os dentes e podem não ter uma higiene plenamente adequada. Contudo, é claro que o selante não dispensa a escovação e o uso do fio-dental e nem as visitas regulares ao dentista.

Então, gostou de saber mais sobre a transmissão da cárie dentária? Aproveite, compartilhe este post em suas redes sociais e ajude seus amigos a também se manterem livres desse problema bucal!

 

 

The following two tabs change content below.

Drª Talitha

A Drª Talitha de Cássia Silva Sousa tem 7 anos de atuação na área de odontologia e mais 9 anos de dedicação a área de prótese e reabilitação. Graduou-se em 2011 pela Faculdade de Odontologia de São José dos Campos — UNESP. Em 2014 tornou-se Mestre em Odontologia Restauradora, Especialidade de Prótese Dentária por meio do Programa de Pós-graduação do Instituto de Ciência e Tecnologia campus de São José dos Campos. Desde 2017 cursa Especialização em Ortodontia por meio da Instituição Ortogeo em São José dos Campos, unidade de ensino FACSETE — Faculdade de Tecnologia de Sete Lagoas.
Você também pode gostar

Deixe uma resposta

-