Periodontite: conheça a doença que afeta metade dos adultos e previna-se

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É muito comum ver as pessoas deixando a saúde bucal de lado, mas, quando negligenciada, uma série de doenças pode aparecer. E, para aqueles que acham que os cuidados com os dentes devem ser mantidos apenas na infância, é necessário conhecer um pouco mais sobre a periodontite.

Essa patologia bucal afeta 15% da população mundial, ainda que seja um problema no qual a prevenção tem um papel extremamente importante. Com atitudes simples, como escovar os dentes e usar o fio dental, é possível evitar a doença.

Saiba mais sobre a periodontite, suas principais causas, fatores de risco, tipos e formas de tratamento!

O que é periodontite?

Mais conhecida como piorreia, é uma doença que se caracteriza por uma infecção causada pelo desenvolvimento de diversas bactérias na boca. É uma patologia que atinge cerca de metade de todos os adultos em graus variados: leve, médio e alto.

Como ela se desenvolve?

A periodontite não se inicia de uma hora para outra. Ela é a progressão da gengivite, uma outra doença bucal que provoca sangramento das gengivas e, algumas vezes, mau hálito, retração gengival e outros sinais e sintomas. Caso a gengivite não seja tratada, ela progride para uma periodontite.

A patologia passa a ser classificada como uma periodontite a partir do momento em que a infecção bacteriana passa para os tecidos que promovem o suporte dos dentes (osso e ligamento periodontal).

Além de provocar modificações estéticas, a periodontite pode resultar em problemas graves, como a perda dos dentes, dificultando, assim, a mastigação e até a fala em alguns casos.

Quais as causas?

A causa da periodontite em si é a gengivite, mas tudo começa com a formação de placas bacterianas e tártaro. Quando os dentes não são limpos da forma que deveriam, restos de comida ainda ficam presos a eles e também à gengiva.

Esses restos servem de alimento para as bactérias que vivem constantemente na nossa boca. Assim, elas se desenvolvem e formam a placa bacteriana, que gera uma bola de neve quando não tratada.

Há também alguns fatores de risco associados, variáveis que aumentam as chances de o indivíduo desenvolver a periodontite: fumo, diabetes, idade avançada, má nutrição, alguns medicamentos, alterações hormonais, entre outros.

Quais os tipos de periodontite?

É possível classificar alguns tipos de periodontite, especialmente em função da causa. É também levada em conta a região da boca afetada. Veja os principais:

Periodontite crônica

É a mais comum, especialmente em adultos, e desenvolve-se a partir de uma gengivite não tratada. Tem como característica principal a perda de osso alveolar, responsável por fixar o dente.

Ainda pode ser classificada em generalizada, quando prejudica mais de 30% dos dentes, e localizada, quando essa porcentagem é menor.

Periodontite ulcerativa necrosante

É uma das mais graves, senão a mais grave, forma de periodontite. Ela apresenta um rápido avanço e acaba por comprometer o osso e também o ligamento alveolar. Há presença de bactérias típicas de portadores de HIV, fumantes e alcoólatras.

Periodontite juvenil

Na grande maioria das vezes, tem causa hereditária. Costuma ocorrer entre 11 e 13 anos, mas também pode acontecer na puberdade ou aos 30 anos de idade — o que é um pouco mais raro.

Aqui, não há inflamação na gengiva, e é possível encontrar placas bacterianas e tártaro, porém em poucas quantidades.

Periodontite apical aguda

Afeta, de forma direta, o osso alveolar, e a causa principal vem de traumas diretos, como quedas ou acidentes. Outro motivo pode ser um tratamento dentário feito de maneira inadequada.

Periodontite agressiva

De todas as citadas aqui, é a mais rara. Apresenta um rápido desenvolvimento e é bastante encontrada em jovens adultos e adolescentes. Aqui, há formação de bolsas periodontais e perda de suporte nos dentes. Também podem ser encontradas bactérias extremamente agressivas.

Quais os sinais e sintomas?

Os sinais e sintomas da periodontite lembram bastante os da gengivite:

  • gengivas inchadas e com aspecto brilhante;

  • dentes moles e sensíveis ao toque;

  • gengivas avermelhadas;

  • sangramento gengival frequente.

Se as suas gengivas apresentam esses sinais, então, é o momento de procurar a ajuda de um especialista e marcar uma consulta com o seu dentista.

Como é feito o diagnóstico?

Ao chegar ao consultório, o dentista fará uma avaliação completa e você deve oferecer o máximo de informações possíveis, especialmente quanto aos sinais e sintomas que vem apresentando. Além disso, histórico médico e medicamentos em uso também são informações importantes.

O diagnostico é feito com base na anamnese e também nos sinais e sintomas apresentados. A partir disso, será determinada a gravidade da periodontite. Para isso, será utilizada uma ferramenta para identificar a profundidade do bolso do sulco que se forma entre as gengivas e os dentes.

O exame de raio-X também é muito importante para ver se houve perda óssea e também para conferir a extensão do problema.

Há tratamento?

Sim, há tratamento, mas, dependendo do quanto você esperar para procurar ajuda profissional, alguns danos podem ser permanentes, como a perda dos dentes. Lembre-se de que apenas o odontólogo pode diagnosticar a periodontite, portanto, é esse profissional da saúde que você deve procurar.

De início, os principais objetivos são reduzir os sinais e sintomas, como o sangramento na gengiva, e reduzir a inflamação e os bolsos, se houver. Caso o paciente use algum tipo de aparelho dental ou prótese, eles devem ser analisados, já que podem ser o local de acúmulo de bactérias quando não estão bem cuidados.

Para que o tratamento tenha bons resultados, o paciente também precisa fazer a sua parte. Os cuidados rotineiros com a saúde bucal em casa são essenciais. Isso evita que o problema fique ainda mais grave e também ajuda a remover diversas bactérias que estavam ali alojadas.

O uso correto do fio dental, a quantidade de pasta de dente, a escolha adequada da escova e como fazer a escovação correta são alguns pontos que devem ser analisados.

A cirurgia também pode ser necessária quando o problema estiver um pouco mais grave. Os bolsos podem estar muito profundos e, por isso, a região precisa ser aberta para limpeza.

Também pode ser necessário oferecer algum suporte para os dentes que estão “frouxos” (enxertos nos tecidos moles ou enxertos ósseos), fazer uma redução da bolsa periodontal ou mesmo a remoção de alguns dentes para que a periodontite não se espalhe.

Pode ser necessário também o uso de alguns medicamentos, como amoxicilina, flanax, clindamicina e outros.

A periodontite é uma doença bucal perfeitamente tratável e que também pode ser prevenida. Vá ao seu dentista periodicamente e, assim que sentir qualquer tipo de alteração na região, marque uma consulta.

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Drª Talitha

A Drª Talitha de Cássia Silva Sousa tem 7 anos de atuação na área de odontologia e mais 9 anos de dedicação a área de prótese e reabilitação. Graduou-se em 2011 pela Faculdade de Odontologia de São José dos Campos — UNESP. Em 2014 tornou-se Mestre em Odontologia Restauradora, Especialidade de Prótese Dentária por meio do Programa de Pós-graduação do Instituto de Ciência e Tecnologia campus de São José dos Campos. Desde 2017 cursa Especialização em Ortodontia por meio da Instituição Ortogeo em São José dos Campos, unidade de ensino FACSETE — Faculdade de Tecnologia de Sete Lagoas.
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