Você sabe o que é frenectomia?

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Adquirimos alguns problemas bucais no decorrer da vida, enquanto outros já temos desde o momento que nascemos. Se não tomarmos o devido cuidado, eles acabam por se desenvolver para quadros piores.

No entanto, felizmente muitos procedimentos têm avançado na área da odontologia e situações que antes eram difíceis de ser resolvidas, hoje com o auxílio da tecnologia, podem ser facilmente reparadas a partir de procedimentos inovadores e versáteis, como a frenectomia.

Poucas pessoas sabem o que é frenectomia e nem imaginam que ela pode ser extremamente útil, dependendo do quadro clínico presente. Confira com a gente as principais informações sobre o processo e fique por dentro do assunto!

Conhecendo melhor a frenectomia

Primeiramente, é importante entender que em nossa boca existem dois tipos de freios — as fibras responsáveis por sustentar algumas regiões bucais e dar mobilidade a outras. Chamamos de freios labiais os que estão localizados na parte superior e inferior do lábio, e freios linguais os que estão inseridos no assoalho da boca e ligados à língua.

A frenectomia é um procedimento no qual um desses dois tipos é cortado ou parcialmente removido. É indicado nos casos em que algum deles está interferindo de alguma forma nas funções básicas da região bucal.

Tipos de frenectomia

Como mencionado, existem freios na boca (ligando o interior do lábio à gengiva e abaixo da língua) e o procedimento é uma opção para quando eles são curtos ou longos demais. Entre as principais complicações podemos citar, nos casos de freios curtos, a limitação dos movimentos da boca e os problemas fonéticos e na mastigação.

Já os freios longos podem causar diastema, que é um espaço extra que se forma entre um ou mais dentes. Embora não seja obrigatoriamente um problema de saúde bucal, pode ser percebido como um incômodo estético por algumas pessoas. Os dois tipos de cirurgia não dependem do tamanho dos freios bucais, mas sim do tipo de tecido que será consertado.

Labial

Corrige o freio labial tanto superior quanto inferior. A primeira remove o freio que faz a ligação entre o lábio e o maxilar superior. O principal incômodo nesses casos, embora não único, é estético. Entretanto, nos casos em que o freio é muito curto e aderido, a vedação labial pode ser prejudicada, o que impede o fechamento correto da boca e limita o movimento do lábio. Quando esse problema afeta crianças, por exemplo, pode prejudicar o desenvolvimento da respiração nasal e levar à respiração bucal.

Já a frenectomia labial inferior é feita por motivos semelhantes e geralmente é indicada para acabar com problemas periodontais e recessão das gengivas. É indicado também para adultos e idosos que utilizam próteses dentárias, pois a movimentação dos lábios pode fazer com que o freio labial inferior movimente a prótese gerando menor retenção.

Lingual

Indicada para corrigir o freio lingual, quando ele é muito curto e/ou rígido. Nesses casos, a pessoa apresenta dificuldade na fonação. São comumente chamadas de pessoas com “língua presa”. Dependendo da situação, o crescimento adequado dos ossos da face pode ser prejudicado, causando problemas ortodônticos, além de apneia do sono.

Casos nos quais a cirurgia é indicada

A frenectomia é extremamente versátil e pode ser feita em qualquer idade. Considerada um procedimento comum e tranquilo, auxilia na liberação dos movimentos da língua, além de melhorar eventuais dificuldades na fala e mastigação.

A frenectomia labial, por exemplo, costuma ser realizada em pacientes com diastema interincisivo, ou seja, que apresentam os dentes incisivos centrais separados. Essa separação se deve à presença da membrana do freio, que interfere no crescimento dentário correto.

Além disso, a incisão dos freios labiais é indicada para pacientes que utilizam aparelho dentário ou prótese (quando o tratamento tem interferência do freio). Também, para aqueles com dificuldade de movimentar os lábios, têm problemas fonéticos, apresentam falta de tecidos queratinizados ou sentem-se mal esteticamente, principalmente ao sorrir.

Por outro lado, a frenectomia lingual ocorre quando as fibras do freio são muito curtas e atrapalham a fala, podendo obstruir total ou parcialmente a mastigação ou causar lesões em regiões do assoalho bucal. De modo geral, as principais indicações para o procedimento são:

  • ortodônticas;
  • fonéticas;
  • estéticas;
  • protéticas.

Principais tipos de cirurgia

Existem dois métodos cirúrgicos que sustentam a frenectomia, sendo um deles o convencional e o outro a laser. Ambos são considerados procedimentos simples e indolores, pois são realizados sob anestesia local e em ambulatório, conduzidos por um cirurgião dentista.

Cirurgia Convencional

A operação convencional consiste em pequenas incisões feitas com bisturi ou sucções do freio com o intuito de remover a membrana fibrosa de maneira total ou parcial. Os tecidos moles são suturados com pontos absorvíveis ou não, dependendo de cada caso. Sendo que esse último deve ser removido entre 7 e 10 dias.

Cirurgia a laser

A operação a laser costuma ser mais rápida e é efetuada com o auxílio de um bisturi elétrico, permitindo a coagulação e a cicatrização no momento da cirurgia, dispensando, dessa forma, a necessidade de pontos. Para além disso, promove a esterilização de imediato.

É importante salientar que, muitas vezes, mesmo com a cirurgia, o uso de aparelhos ortodônticos se torna necessário, pois os efeitos só aparecem com o tempo ou quando associados a outros tipos de tratamento.

A cirurgia tem preço relativamente baixo, variando de acordo com o método cirúrgico utilizado e com o nível do quadro apresentado. Portanto, depende da avaliação do profissional especializado.

Riscos e cuidados do pós-operatório

Felizmente, a frenectomia é um procedimento que apresenta poucos riscos, podendo resumir-se a dor local e pequenas hemorragias. Se bem higienizado e devidamente tratado, o local fica livre de possíveis infecções, não apresentando grandes riscos. Em caso de muita dor, o dentista pode receitar analgésicos e anti-inflamatórios de uso oral ou tópico.

No entanto, é importante que o paciente leve a sério o pós-operatório, para que a recuperação seja a melhor possível. Existem vários cuidados que contribuem para isso e que reduzem consideravelmente o risco de complicações.

Evite comer alimentos muito quentes

No quesito alimentação, além de evitar alimentos muito quentes, é importante cuidar para que nenhum deles machuque ou fique retido na região que está em processo de cicatrização. Alimentos líquidos e pastosos, de preferência gelados, são a melhor escolha nesse momento. Gelatina, vitamina de frutas e sorvete são algumas opções.

Tenha uma boa higiene oral e faça bochechos com antissépticos

No pós-operatório os cuidados com a higiene devem ser ainda mais intensos. Na região do procedimento é importante que a escova tenha cerdas suaves para evitar muita pressão. Além disso, bochechos com soluções antissépticas são fundamentais para complementar a limpeza e manter a região bem higienizada.

Aplique compressas de gelo

Aplicar, a cada hora (durante o primeiro dia), uma bolsa térmica na região operada pode apresentar vários benefícios. O gelo tem ação anestésica, então vai contribuir para que um quadro com hemorragia e inchaço não se desenvolva especialmente nos casos de frenectomia labial.

Para além desses cuidados, é essencial que todas as recomendações feitas pelo cirurgião dentista sejam seguidas, bem com a medicação prescrita tomada corretamente.

A frenectomia é uma cirurgia com ampla utilização e grande eficácia, sendo utilizada por diversos cirurgiões dentistas e em diversas situações. Felizmente, além do baixo custo, o procedimento apresenta poucos riscos e rápida recuperação do paciente, sendo, além de tudo, muito segura.

Ficou interessado no procedimento? Então aproveite e saiba ainda mais sobre a cirurgia de frenectomia em São Paulo!

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Drª Talitha

A Drª Talitha de Cássia Silva Sousa tem 7 anos de atuação na área de odontologia e mais 9 anos de dedicação a área de prótese e reabilitação. Graduou-se em 2011 pela Faculdade de Odontologia de São José dos Campos — UNESP. Em 2014 tornou-se Mestre em Odontologia Restauradora, Especialidade de Prótese Dentária por meio do Programa de Pós-graduação do Instituto de Ciência e Tecnologia campus de São José dos Campos. Desde 2017 cursa Especialização em Ortodontia por meio da Instituição Ortogeo em São José dos Campos, unidade de ensino FACSETE — Faculdade de Tecnologia de Sete Lagoas.
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