Quando devo retirar o dente siso?

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O dente siso, também conhecido popularmente como “dente do juízo”, é o último molar a nascer e, geralmente, isso acontece por volta dos 16 aos 25 anos. Porém, nem sempre esses dentes parecem ter “algum juízo” e, em algumas situações, podem causar problemas sérios, necessitando a sua extração.

Quer saber mais sobre os dentes do siso e descobrir se você realmente precisa ou não retirá-los e quando esse procedimento deve ser feito? Então, continue a leitura!

O dente siso sempre precisa ser retirado?

Ao contrário do que muitas pessoas imaginam, nem sempre o dente siso precisa ser extraído. Quando ele nasce bem posicionado e existe espaço na arcada dentária (como em casos de arcadas mais amplas ou quando o paciente perdeu outros dentes), não existem indicações para a extração.

Contudo, nem sempre isso acaba ocorrendo, sendo que, muitas vezes, o dente do siso pode nascer mal posicionado (como deitado ou em posições ruins) ou ainda pode não haver espaço suficiente para ele, ocasionando o apinhamento dos demais dentes.

Além desses casos, pode ser que o paciente apresente dificuldades de escovação do dente do siso, sendo altamente recomendada a sua extração, já que poderá facilitar o acúmulo de restos de alimentos e bactérias e também pode ocorrer uma infecção neste dente (chamada de pericoronarite), necessitando da extração para o tratamento.

Como sei que preciso retirar meu dente siso?

O único que pode responder a essa pergunta é seu cirurgião-dentista. Por isso, passar por avaliações periódicas é tão importante, de forma que ele acompanhe o nascimento e a evolução do seu dente do siso.

Geralmente, a partir dos 16 anos já se pode começar uma “investigação” para saber como o dente siso está, por meio de radiografias e da análise da sua boca. Nesse período, o dentista já poderá definir se o dente do siso está para nascer e como é o seu posicionamento, indicando ou não uma extração.

Quando a extração é feita ainda na adolescência, ela costuma ser mais simples, rápida e menos dolorosa, já que o dente ainda não possui a raiz formada e não está tão aderido e calcificado.

Para os pacientes mais velhos é preciso que o dentista analise muito bem os prós e os contras da extração, já que a extração tardia pode causar algumas complicações.

O motivo é que, a partir dos 30 anos, os sisos já estão mais “aderidos” ao osso da mandíbula, o que pode aumentar a incidência de infecções pós-operatórias. Em pacientes acima de 60 anos, ainda é preciso analisar a possível presença de degeneração intraóssea.

De maneira geral, é possível que o paciente fique atento a alguns sinais que indicam a necessidade de uma visita ao dentista, como:

  • dores de cabeça com frequência;
  • inflamações constantes na região anterior da gengiva;
  • dificuldades para escovar os dentes do siso;
  • aparecimento de dentes tortos na arcada;
  • presença de cáries nos dentes da região.

Se algum desses sinais aparecerem, mesmo que você não seja mais um adolescente, é hora de procurar um dentista para analisar a possibilidade de extração do siso.

O que acontece se eu não extrair o dente siso?

Como dissemos, em alguns casos, a extração pode não ser necessária e nessas situações não haverá qualquer perturbação na vida do paciente.

Mas, caso os seus dentes do siso estejam mal posicionados ou com outros problemas, pode ser que você tenha de enfrentar algumas situações desagradáveis.

Aumento das chances de doenças bucais

Se o dente do siso está mal posicionado e em um local de difícil higienização, você não conseguirá escová-lo corretamente e, com o tempo, haverá um acúmulo de bactérias nessa região.

Isso poderá levar ao aparecimento de mau hálito e de outros problemas mais graves como cáries, gengivite e até a periodontite, que pode ocasionar a perda de um ou mais dentes.

Geralmente, essa situação acontece quando o siso está semi-incluso, ou seja, ele não nasce por completo e acaba sendo parcialmente coberto por uma camada de gengiva e de osso, favorecendo a acumulação de bactérias e a processos inflamatórios sérios como periconarite.

Problemas com os dentes próximos

Outra questão que acontece frequentemente é a falta de espaço na arcada para o nascimento dos dentes do siso. Isso pode fazer com que esses novos molares acabem “empurrando” os demais, levando ao apinhamento dos dentes.

Além de desagradável esteticamente, essa condição pode levar a outros problemas como a dificuldade de mastigar determinados alimentos, alterações na fala e na dicção e até acabar favorecendo a respiração pela boca.

Possibilidade de formação de cistos e tumores

Nos casos dos sisos inclusos, ou seja, aqueles que não erupcionaram, pode haver mais chances da formação de cistos e tumores. Embora nem todos os pacientes com sisos inclusos desenvolvam essas condições, as probabilidades são aumentadas.

Por isso, nesses casos, o acompanhamento com o dentista é essencial. Além desses problemas, o siso incluso também pode causar dor e vários desconfortos ao paciente, aumentando as chances de infecção no local.

Como é feita a retirada do dente do siso?

O processo de extração do dente do siso é simples, na maioria das vezes, e não necessita que o paciente sinta medo do procedimento e nem da recuperação.

Normalmente, é aplicada uma anestesia local e, nos casos de pacientes muito ansiosos, podem ser ministrados sedativos para tornar o procedimento mais tranquilo.

Depois que a área está adormecida, o cirurgião-dentista fará uma incisão na pele da gengiva, deslocando-a, de forma que o profissional consiga enxergar o dente a ser extraído.

Caso os dentes do siso não tenham nascido, é realizada a remoção do osso que recobre o siso e depois o siso.

Ao final, o dentista retirará os restos de ossos e de pedaços do dente que ainda possam estar dentro da cavidade e finalizará com uma sutura.

O tempo do procedimento pode variar, dependendo da complexidade da cirurgia. Para casos mais simples, a extração poderá ser feita em menos de 30 minutos.

Após a retirada do siso, você deverá tomar alguns cuidados, como:

  • aplicar compressas de gelo para aliviar o inchaço e a dor;
  • dar preferência a uma dieta um pouco mais líquida ou pastosa e evitar alimentos quentes que podem dificultar a cicatrização;
  • usar a medicação prescrita pelo seu dentista;
  • evitar fumar e ingerir bebidas alcoólicas;
  • realizar a higienização adequada do local, escovando os dentes de maneira suave e fazendo bochechos com as soluções antissépticas que o seu dentista recomendar;
  • fazer o retorno periódico ao seu dentista.

Gostou de saber mais sobre a retirada do dente siso? Se você está em dúvidas se precisa ou não extrair esse dente, venha conversar conosco e descubra como podemos ajudá-lo!

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Drª Talitha

A Drª Talitha de Cássia Silva Sousa tem 7 anos de atuação na área de odontologia e mais 9 anos de dedicação a área de prótese e reabilitação. Graduou-se em 2011 pela Faculdade de Odontologia de São José dos Campos — UNESP. Em 2014 tornou-se Mestre em Odontologia Restauradora, Especialidade de Prótese Dentária por meio do Programa de Pós-graduação do Instituto de Ciência e Tecnologia campus de São José dos Campos. Desde 2017 cursa Especialização em Ortodontia por meio da Instituição Ortogeo em São José dos Campos, unidade de ensino FACSETE — Faculdade de Tecnologia de Sete Lagoas.
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