Conheça os principais cuidados com a saúde bucal para a terceira idade

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O Brasil está envelhecendo. Pelo menos é isso que mostram os dados do IBGE. Na última década nosso país ganhou 8,5 milhões de cidadãos com idade igual ou superior a 60 anos. E a previsão é de que esse número chegue a 38 milhões até 2027.

Envelhecer com qualidade de vida é a meta de muitas pessoas e para conseguir isso é fundamental cuidar também da saúde bucal na terceira idade. Conheça a seguir os principais cuidados que os idosos devem ter com a boca e os dentes, prestando atenção quanto às doenças, higiene e outros fatores importantes. Confira!

Principais cuidados com a saúde bucal dos idosos

Quem já passou dos 55 anos deve começar a se preocupar com alguns tipos de doenças e problemas bucais que podem aparecer com mais frequência. Algumas doenças mais comuns na terceira idade são:

  • cáries e lesões bucais, principalmente para aqueles que usam próteses devido à má adaptação;
  • gengivite que pode ser causada por uma série de problemas como: higiene bucal inadequada, má alimentação, doenças sistêmicas como diabetes ou problemas cardíacos, uso de medicamentos e até o estresse ou o hábito de fumar;
  • boca seca (xerostomia).

Fique de olho na sua gengiva

Como você viu, os problemas na gengiva são comuns com o avanço da idade, sendo que para quem tem mais de 40 anos a questão pode acabar se complicando caso não haja um tratamento adequado.

As doenças gengivais costumam ser reversíveis nos estágios iniciais, por isso é muito importante prestar atenção a qualquer sinal de alteração, como avermelhamento, sangramento ou excesso de sensibilidade.

Visitar o dentista periodicamente também ajuda na hora de detectar um problema gengival mais cedo, iniciando rapidamente o tratamento e evitando que se transforme em uma doença periodontal, mais difícil de ser tratada e que pode até levar a perda do dente.

Fique atento aos incômodos bucais

Um dos problemas de que os idosos mais se queixam é a boca seca. Conforme envelhecemos, naturalmente acabamos produzindo uma quantidade menor de saliva, sendo que o quadro costuma ser mais notado principalmente nas mulheres com 60 anos ou mais.

A secura da boca pode ser dividida entre discreta, moderada ou grave, podendo ser transitória ou permanente, dependendo das causas. Além do desconforto, esse quadro pode colocar em risco a saúde da sua boca, predispondo ao surgimento de outras doenças, como as cáries e até a candidíase oral, uma vez que não existe saliva suficiente para ajudar na limpeza da boca.

boca seca pode dar alguns indícios como: dor de garganta, dificuldade para engolir, rouquidão, sensação de queimação, dificuldades na fala e vias nasais mais secas. Se você notar algum desses sintomas ou sentir uma secura bocal maior do que de costume, procure seu dentista.

Fique de olho quanto ao aparecimento de doenças

Muita gente nem imagina, mas existem várias doenças sistêmicas que podem acabar influenciando também na saúde oral. Alguns exemplos são: diabetes, osteoporose, artrite e problemas cardíacos.

Se você sofre com algum desses problemas, ou faz uso de medicamentos contínuos, é sempre importante avisar o seu dentista. 

Na terceira idade, é comum que o sistema imunológico fique um pouco mais debilitado. Sendo assim, os idosos devem estar mais atentos quando o assunto é a prevenção de doenças.

A cárie e a gengivite são as doenças que mais atingem os idosos por conta da retração da gengiva. As bactérias oportunistas se instalam nos locais desprotegidos por esmalte e na região da gengiva, se reproduzindo rapidamente e agravando o problema. Além da má escovação, a má alimentação pode piorar a situação.

Capriche na higienização dos dentes

Manter a higiene bucal em dia é fundamental para qualquer idade — e ainda mais essencial para aqueles que já passaram dos 60. O procedimento deverá ser o mesmo independentemente da idade, com escova e fio dental.

Um cuidado deverá ser na hora de escolher a escova, preferindo àquelas com cabeça arredondada e cerdas macias, além de usar um bom creme dental reforçado com flúor. E, claro, use o fio dental diariamente, evitando o acúmulo de placa bacteriana que pode causar inúmeras doenças orais.

Nos casos em que a coordenação motora anda prejudicada, o enxaguante bucal pode ser um ótimo aliado, além de poder ser indicado pelo seu dentista em casos específicos como gengivite recorrente, perda óssea, entre outros.

Para os idosos com dificuldades de escovação, outra saída é o uso da escova elétrica, que necessita de menor esforço no manuseio, além de tornar a escovação mais rápida e igualmente eficiente.

Caso utilize, cuide bem das prótese dentária

Existem idosos que mantêm os dentes por toda a vida, enquanto outros acabam perdendo um ou mais dentes e precisam de uma prótese dentária para mastigar e também para melhorar a autoestima.

Assim como os dentes naturais, as próteses também exigem cuidados, principalmente em relação à higienização, que deverá ser feita com enxaguantes e efervescentes próprios. Para os que usam próteses totais, é sempre recomendado não dormir com ela, guardando-a em um copo com água ou outro local úmido e bem protegido.

Algumas dicas importantes para a higienização da prótese removível são:

  • enxaguar bem a prótese antes de começar a escovação, para retirar os resíduos de alimentos;
  • escovar a prótese com sabonete neutro ou usar as linhas efervescentes especiais para esse tipo de limpeza;
  • usar uma escova com cerdas macias para limpar a prótese;
  • usar outra escova para higienizar os dentes naturais (se houver) e também a língua e o céu da boca.

Outro ponto essencial é garantir que haja uma boa adaptação da prótese. Caso contrário podem aparecer lesões que, se não tratadas, são capazes de causar até mesmo o aparecimento de tumores cancerígenos.

Para quem ainda mantém quase todos os dentes, há uma boa notícia. A tecnologia tem evoluído bastante e hoje já é possível realizar implantes em pessoas com mais de 70 anos, graças ao nível de segurança oferecido por esses procedimentos. Ou seja, se você tiver algum problema em poucos dentes, não precisará recorrer à extração.

Atenção à sensibilidade

Outro fator comum quando falamos da saúde bucal na terceira idade é a presença maior da sensibilidade. Isso acontece porque, com o decorrer dos anos, a gengiva naturalmente passa a se deslocar um pouco mais para cima, deixando a raiz dos dentes mais exposta.

Quando essa área é atingida por alimentos quentes ou frios, o paciente pode sentir uma sensibilidade maior capaz, em algumas vezes, de tornar difícil o dia a dia. Se esse é o seu caso, converse com o seu dentista, já que é possível usar cremes dentais apropriados para dentes sensíveis.

Além disso, em algumas situações, a sensibilidade pode não ser apenas algo natural da idade, mas sim decorrente de problemas como cáries ou fraturas — questões que somente um dentista poderá descobrir e tratar.

Dentista: um aliado para toda a vida

A visita regular ao dentista não deve ser feita somente quando somos crianças ou jovens, mas sim durante toda a vida, em especial na terceira idade, quando estamos mais suscetíveis ao aparecimento de inúmeros problemas bucais.

Somente o seu dentista poderá avaliar a saúde da sua boca, diagnosticando as doenças e também indicando os tratamentos mais recomendados de acordo com o seu estilo de vida e as suas características pessoais.

Lembre-se que muitos dos problemas que citamos nem sempre trazem sintomas nos estágios iniciais e pode ser a visita regular ao seu dentista a responsável por ajudar no diagnóstico e tratamento precoce, evitando complicações.

Cuidar da saúde da sua boca e do seu sorriso é também cuidar da sua qualidade de vida, por isso não descuide e faça visitas periódicas ao seu dentista. Você gostou de saber sobre a saúde bucal na terceira idade? Ainda tem dúvidas? Deixe um comentário pra gente!

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Drª Talitha

A Drª Talitha de Cássia Silva Sousa tem 7 anos de atuação na área de odontologia e mais 9 anos de dedicação a área de prótese e reabilitação. Graduou-se em 2011 pela Faculdade de Odontologia de São José dos Campos — UNESP. Em 2014 tornou-se Mestre em Odontologia Restauradora, Especialidade de Prótese Dentária por meio do Programa de Pós-graduação do Instituto de Ciência e Tecnologia campus de São José dos Campos. Desde 2017 cursa Especialização em Ortodontia por meio da Instituição Ortogeo em São José dos Campos, unidade de ensino FACSETE — Faculdade de Tecnologia de Sete Lagoas.
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